segunda-feira, 22 de agosto de 2011

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Resenha: A Rainha do Castelo de Ar

rainha-do-castelo-de-ar Livro: A Rainha do Castelo de Ar – Trilogia Millennium

Autora: Stieg Larsson

Editora: Companhia das Letras

Nota: 3,5 estrelas

ATENÇÃO: Essa resenha pode conter spoiler para quem não leu os livros, Os Homens que não amavam as mulheresA Menina que Brincava com Fogo.

Lisbeth Salander se recupera, num hospital, de ferimentos que quase lhe tiraram a vida, enquanto Mikael Blomkvist procura conduzir uma investigação paralela que prove a inocência de sua amiga, acusada de vários crimes. Mas a jovem não fica parada, e muito mais do que uma chance para defender-se, ela quer uma oportunidade para dar o troco. E agora conta com excelentes aliados. Além de Mikael, jornalista investigativo que já desbaratou esquemas fraudulentos e solucionou crimes escabrosos, no mesmo front estão Annika Giannini, advogada especializada em defender mulheres vítimas de violência, e o inspetor Jan Bublanski, que segue sua própria linha investigativa, na contramão da promotoria.

Com a ajuda deles, Lisbeth está muito perto de desmantelar um plano sórdido que durante anos se articulou nos subterrâneos do Estado sueco, um complô em cujo centro está um perigoso espião russo que ela já tentou matar. Duas vezes.

A rainha do castelo de ar enfoca de modo original as mazelas da sociedade atual, tendo conquistado um lugar único dentro da literatura policial contemporânea.

Quem leu as resenhas dos dois outros volumes da trilogia Millennium, Os Homens que não Amavam as Mulheres e A Menina que Brincava com Fogo, percebeu que eu fiquei muito intrigada com esses livros.

Com personagens únicos e uma estória de tirar o fôlego, o caminho até o último livro da série, foi rápido e cheio de entusiasmo. Depois do clímax, que somos deixados no final do segundo volume, fica difícil ignorar o último volume da série, por muito tempo.

Na verdade, fica difícil não querer ler, imediatamente após o termino do segundo livro.

O terceiro e último volume da série, vem para fechar todas as pontas, e revelar que os acontecimentos dos outros livros, foram uma pequena mostra do iceberg gigantesco.

Se você gosta de livros de conspiração, vai adorar a linha que Larsson adotou nesse livro, entretanto, em diversos momentos, me senti mais como lendo um livro diferente, do que um da trilogia Millenium.

Para dar mais espaço para a trama envolvendo a Sapö, ou porque já não tinha mais o que falar, tanto Blomkvist quanto Lisbeth, tem as suas participações muito limitadas (Se considerarmos os outros dois livros)

Se a falta de Blomkvist dá para lidar, é impossível não sentir falta de Salander.  É claro, que há muitas partes com os dois, mas não achei o suficiente.

Sem contar, que é muita enfadonha toda a trama da Sapö, que até é interessante, mas com tantas informações e novos nomes aparecendo a todo momento, fica complicado manter a atenção.

A estória de Lisbeth tem um bom desfecho, mas nenhuma informação nova é colocada, tudo o que é revelado durante o julgamento, o leitor que acompanhou a série já sabe. E apesar, de ajudar muito durante todo o processo, Super-Blomkvist continua mulherengo e imprevisível.

O fechamento da estória foi muito bom, mas não ficou claro o amadurecimento dos personagens. Agora, nós sabemos sobre a vida de Lisbeth e sobre parte da de Mikael, mas eles parecem ser os mesmos personagens que apareceram no primeiro romance, depois de tudo o que passou, a única diferença que percebemos em Lisbeth é a redução de seus piercings e de uma tatuagem. Só.

Uma parte fraca? Sim. Mas nem por isso, a Trilogia Millennium deixa de ser uma importante leitura. Só não abriga tudo o que poderia, mas continua sendo uma ótima jornada!

Aproveitem!

Fanny Ladeira

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Nasceu em Skelleftehamn, na Suécia, em 1954. Foi um dos mais influentes jornalistas e ativistas políticos de seu país e trabalhou na destacada agência de notícias TT. À frente da revista Expo, fundada por ele, denunciou organizações neofacistas e racistas. É co-autor de Extremhögern, livro sobre a extrema direita em seu país. Por causa de sua atuação na luta pelos direitos humanos, recebeu várias ameaças de morte. Em 2004, aos cinqüenta anos, pouco após entregar aos seus editores a trilogia Millennium, morreu, vítima de um ataque cardíaco.

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Fanny Ladeira!