#EspecialPotter Cinema no Restaurante: Harry Potter e a Pedra Filosofal

         

Há mais de 10 anos começava a grande jornada de Harry Potter,o menino que sobreviveu, dentro da complicada e muitas vezes cruel, indústria do cinema.

O filme que teve um orçamento estimado em U$ 125 milhões, foi lançado no dia 18 de novembro de 2001, nos EUA, e no dia 23 de novembro no Brasil. E apesar de ser baseado em um livro muito popular, o estúdio ( nesse caso, a Warner Bros) ainda tinha as suas dúvidas, se os filmes da estória do bruxinho, teria o mesmo apelo que os tão falados livros.

Em Harry Potter e a Pedra Filosofal, somos apresentados a um mundo totalmente novo. Um mundo, onde os bruxos, vivem as suas vidas em meio aos trouxas ( pessoas comuns),  sem que eles notassem ou desconfiassem disso.

Harry Potter (Daniel Radcliffe) é um garoto órfão que vive infeliz com seus tios, os Dursley. Em seu aniversário de 11 anos ele recebe uma carta que mudará sua vida: um convite para ingressar em Hogwarts - famosa escola especializada em formar jovens bruxos. Seus tios não querem nem ouvir falar no assunto, mas a visita de Hagrid (Robbie Coltrane), o guarda-caça de Hogwarts, transforma a vida de Harry para sempre.

A partir de então o pequeno bruxo conhece um mundo mágico que jamais sonhara, e vive as mais incrí­veis aventuras ao lado dos novos amigos, Rony Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson).

O filme, começa seguindo o livro, e tenta ser fiel em sua maior parte, mas é difícil resumir um livro cheio de detalhes, e mesmo assim, toda essa fidelidade, foi resultado do cuidado que Rowling teve ao vender os direitos para adaptação.

Ela determinou diversos pontos, inclusive de que todos os atores teriam que ser britânicos. Havia um rumor, de que Steven Spielberg, queria fazer a adaptação com Haley Joel Osment (o menino de O Sexto Sentido), no papel de Potter. Felizmente, Rowling somente vendeu os direitos, quando tinha certeza do caminho que os filmes, baseados em seus livros, iriam seguir.

O diretor Chris Columbus, conhecido por “Esqueceram de mim”, ficou com a tarefa de comandar o primeiro filme da série, para o trio de protagonistas, ele conseguiu formar por três crianças inglesas, assim como era o desejo de  Rowling, e todas eram totalmente desconhecidas.

Daniel, que tomou o lugar de Harry Potter, havia feito algumas participações na TV e em alguns filmes, mas nada grande. Já Rupert Grint (Rony) e Emma Watson (Hermione), só haviam atuado em peças escolares.

A pouca experiência do trio, não impediu, que ele fizessem um bom teste, e a aparência quase exata com as características do livro, e uma simetria necessária entre os três, fizeram com que eles conseguissem o seu papel.

Se as crianças que completavam o quadro dos atores para o filme, eram totalmente desconhecidos, e não tinham nenhum credibilidade com o público, o mesmo não poderia se falar, do elenco adulto.

Alan Rickman, Maggie Smith, Robbie Coltrane, Fiona Shaw, Richard Griffiths, Ian Hart, John Hurt, Julie Walters, John Cleese e o saudoso Richard Harris, estavam ali, mostrando que o projeto poderia sim, render muitos frutos para o estúdio.

A mídia ficou sem entender porque esse batalhão de maravilhosos atores ingleses, aceitaram o projeto. Hoje, com todos os livros lançados, é possível entender o valor de cada personagem, mas com metade dos livros publicados, e papéis pequenos, e em muitos casos de minutos em tela, era impossível imaginar o que levou cada ator a aceitar.

Richard Harris, que morreu após as filmagens do 2° filme, disse que foi coagido pela neta, que afirmava que nunca falaria com ele, se ele não aceitasse o papel.

Alan Rickman, escolha de Rowling desde o primeiro momento, recebeu informações sobre o passado de seu personagem, a pergunta aqui, é o quanto Rowling revelou.

Ao juntar todas essas peças, temos os 152 minutos do filme (Quase 3 horas!).

Se os atores e cenários, foram estrategicamente escolhidos para aproximar o público ainda mais do mundo criado por Rowling, os cortes necessários para fazer com que o filme não tivesse 6 horas de duração, acabou prejudicando, quem nunca tinha lido o livro.

Nada muito grave (em alguns filmes foi gravíssimo, mas chegaremos lá!), mas quem tinha lido o livro, sentiu que o ano letivo de Potter, no filme foi muito mais corrido, do que no livro, o que é totalmente admissível pelo tamanho de informação que precisava ser passado, mas quem é fã, quer ver TUDO.

Não temos, por exemplo, nenhum momento de aula, exceto a aula de feitiços, que era importante para mostrar porque Rony estava zoando com Hermione, e porque mais tarde, eles tiveram que derrotar um trasgo montanhês adulto.

O filme, manteve a calma em cenas chaves, como na batalha para chegar até a Pedra Filosofal, a revelação para Harry do mundo dos bruxos, e a conversa que Harry tem com Dumbledore na enfermaria.

Vale citar, que o filme foi indicado ao Oscar de Melhor Figurino, Melhor Trilha e Direção de arte, não ganhou nenhum prêmio, entretanto, aquele foi um ano difícil e muito complicado, já que grandes filmes do cinema, também estavam na lista.

Por exemplo, o Oscar de Melhor Figurino e direção de Arte, foram perdidos para o filme Moulin Rouge, que nesses dois aspectos também estava impecável.

O outro Oscar, o de trilha, acabou indo para O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel. Então, mas do que um sentimento de perda, as indicações desse filme devem ser vistas como um reconhecimento único.

Com o passar dos anos, as atuações do trio principal melhorariam bastante, mas se você levar em conta que era a estréia, todos fazem um trabalho muito bom. Com um salvo a mais, para Emma e Rupert, que sempre foram excelentes em seus papeis.

Daniel melhoria 100% com o tempo, tem alguns tropeços, mas se mantém firme nas cenas mais importantes.

O filme, também ficaria com as cenas mais marcantes em relação ao ‘jovem’ Potter. Harry pulando para pegar um carta no ar. Hagrid contando que ele é um bruxo.

E a cena final do filme que ficaria para sempre, na memória dos fãs do menino que sobreviveu, como o final do filme que começou tudo.

E tenho certeza que muitos, assim como eu, quando os créditos subirem no final de Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte II, se lembraram de um dialogo específico:

 

“Hermione: É estranho estarmos indo para casa, não é?

Harry: Eu não estou indo para casa, não mesmo.”

 

 

Fanny Ladeira

Sessão de amanhã (sábado): Harry Potter e a Câmera Secreta