quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

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Resenha: Living Dead Girl

Living-Dead-Girl

Livro: Living Dead Girl

Autora: Elizabeth Scott

Editora: Simon Pulse

Nota: 5 estrelas

* Livro não lançado no país.

Está é Alice.

Ela foi levada por Ray cinco anos atrás.

Ela achou que ela sabia como a história dela ia acabar.

Ela estava errada.

Eu pensei que nunca leria um livro que me deixaria com tanto ódio de pedófilos, quanto Uma vida Interrompida, mas claro, a vida está aí só para provar que nem tudo é o que a gente espera e Living Dead Girl, mostra que não há limites para monstruosidade que um ser humano pode ser capaz.


"Por que você não contou a alguém?
Por que você não pediu ajuda?
Por que você não deixou?
Por que você não se respeita o suficiente para escapar?
As mulheres geralmente deformáveis transformam sua carne em uma concha, e tornarem-se trêmulas garotas mortas vivas, presas. Algumas vão dizer que ninguém escuta, que as pessoas não querem ver, e que se você tentar alguma coisa, qualquer coisa, você não vai sofrer, mas outros o farão.
O público sempre vaia e diz que Você Deveria Ter Feito Alguma Coisa. Você devia ter lutado mais. Você deve ter conhecido alguém que tenha esse tipo de poder. Você deveria ter sido forte.
Você não deveria ter sido tão estúpida.
As mulheres acenam e fungam. Elas ainda estão quebradas. Elas ainda concordam com qualquer coisa que alguém queira.
Mesmo as que tentam explicar acabam com a cabeça abaixada, suas mãos em sua volta. A menina está pronta para dizer que está arrependida.
Tudo culpa nossa. Sempre."


Lógico, que é uma estória de ficção, mas todos sabemos a milhares de meninas que são submetidas diariamente a esse tipo de violência, muitas nem são crianças seqüestrada como a 'Alice', mas crianças que são molestas destro da sua própria casa, por parentes tão próximos, que seria inimaginável pensar que tal coisa poderia acontecer.


As histórias de seqüestros que duram anos, estão aí para provar a todos que eles existem, do Austríaco Josef Fritzl, que manteve a filha em cativeiro por 20 anos, e teve que 7 filhos com ela. Passando para a nossa realidade brasileira, com o pai no Maranhão que foi preso com após a mante-lá em cárcere privado e também teve com ela dezenas de filhos, ele foi decapitado durante a última rebelião na cadeia aonde estava preso, eu sei que os Direitos Humanos vão me odiar por isso masss (Eba! Menos um monstro no mundo!) podemos avançar um pouco mais e falar sobre o que é considerado realmente o seqüestro mais longo da história de Natasha Kampusch, que virou livro escrito pela própria vitima, 3096 dias, que é o meu maior sonho de consumo atualmente.


Mas mesmo sabendo de todos esses casos, e sabendo que o que você está lendo é só uma obra de ficção, todas as emoções surgem, de ódio passando pela pena ( da vítima) e conseguindo chegar no profundo desgosto de ler uma situação dessas.


É um drama tão real, que você sente a pressão de estar 'conhecendo' tudo isso, mas ao mesmo você está com as mãos amarradas incapaz de fazer qualquer coisa para desatar tudo, e esse sentimento é o tão grande durante todo livro, que chega a te esmagar.


A autora, tenta chocar, não chocando completamente. As referências para os abusos sexuais, vão ficando mais abertas e mais cruas, a medida que o leitor vai se 'acostumando' com a temática do livro, mas não há nenhuma cena explicita. Sem contar que o cara, além de pedófilo é um safado nojento, que nem dá um sossego para menina.

O estilo do livro, é bem feito, não deixando você muito tempo na ação, o livro é até bem curtinho e com capítulos minúsculos, talvez uma estratégia para evitar que o leitor fique muito tempo exposto.


"TRÊS LIÇÕES DE VIDA:


1. Ninguém vai vê-lá.


2. Ninguém vai dizer nada.


3. Ninguém vai te salvar.


Eu sei o que as histórias de Era Uma Vez dizem, mas elas mentem.


Isso é o que as histórias são, você sabe. Mentiras.


Olhe para isso, quatro lições de vida. Agora você me deve."


Esses monstros em forma de gente, além de se aproveitarem de uma criança indefesa, ainda acaba afetando para sempre a vida delas. Não importa o nível do abuso, elas nunca são capazes de se recuperar 100%, sendo que muitas delas passaram o resto da vida com esse fardo.


Em vários momentos do livro, a protagonista, fala de como as pessoas vêem de fora, a realidade das vítimas, e com palavras honestas e simples, nos faz reavaliar tudo o que uma vez podíamos pensar dessas vítimas. Não podemos imaginar o que faríamos em um caso desses, por que não passamos por isso, então ao invés de julgar devemos somente fechar a boca, e escutar quando elas quiserem contar a sua história.


Dá para perceber que esse livro me afetou muito, mas exatamente por isso recomendo. Por não é só de lindos romances sobrenaturais, que a nossa vida é feita, e é preciso estar não só preparado, mas também ciente que casos como esse acontece.

Todos os dias.

Leitura Obrigatória!

Fanny Ladeira

P.S.: Esse livro foi classificados EUA para pessoas acima de 16 anos.

ElizabethScottElizabeth Scott, nasceu e cresceu em uma pequena cidade do estado da Virginia, EUA. Com dois pais professores da escola local, ela acabou tendo a presença deles durante todo o seu High School ( Nosso Colegial). Atualmente vive em Washington, aonde dedica o seu tempo escrevendo livros para adolescente, ela acredita que crescer é difícil mas um livro bem escrito pode ajudar muito nessa fase. Para conhecer mais acesse http://www.elizabethwrites.com

Um comentário:

  1. :O
    Eu tô com ele aqui pra ler, mas nem imaginava que fosse assim. Peguei mais por causa da autora.

    Concordo com você quando diz que "não é só de lindos romances sobrenaturais, que a nossa vida é feita". Tem gente de mente obtusa que só se prende nisso, e acaba perdendo lições muito mais importantes que o final feliz. E me fez refletir muito a passagem que você colocou no começo, em que a sociedade julga as mulheres, já machucadas, e elas só acenam com a cabeça. Ótimo mesmo!

    Gostei muito da resenha.

    Bjz,
    Miriam.
    http://bookerqueen.blogspot.com/

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Fanny Ladeira!