domingo, 21 de abril de 2013

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Resenha: O Inferno de Gabriel

Livro: O Inferno de Gabriel

Autor: Sylvain Reynard

Editora: Arqueiro

Nota: 4 Estrelas

Enigmático e sedutor, Gabriel Emerson é um renomado especialista em Dante. Durante o dia assume a fachada de um rigoroso professor universitário, mas à noite se entrega a uma desinibida vida de prazeres sem limites.

O que ninguém sabe é que tanto sua máscara de frieza quanto sua extrema sensualidade na verdade escondem uma alma atormentada pelas feridas do passado. Gabriel se tortura pelos erros que cometeu e acredita que para ele não há mais nenhuma esperança ou chance de se redimir dos pecados.

Julia Mitchell é uma jovem doce e inocente que luta para superar os traumas de uma infância difícil, marcada pela negligência dos pais. Quando vai fazer mestrado na Universidade de Toronto, ela sabe que reencontrará alguém importante – um homem que viu apenas uma vez, mas que nunca conseguiu esquecer.

Assim que põe os olhos em Julia, Gabriel é tomado por uma estranha sensação de familiaridade, embora não saiba dizer por quê. A inexplicável e profunda conexão que existe entre eles deixa o professor numa situação delicada, que colocará sua carreira em risco e o obrigará a enfrentar os fantasmas dos quais sempre tentou fugir.

“Às vezes as pessoas conseguem ouvir sozinhas quanto são odiosas. Às vezes, a bondade é suficente para expor o mal como ele realmente é.”

A primeira pessoa que comentou sobre esse livro comigo, foi a Natália Rivero (@natirivero) há um tempo atrás. Ela havia acabado de ler, e estava super empolgada com a estória, e me sugeriu a leitura.

Acabei demorando mais do que deveria para ler, mas hoje, após ter terminado o primeiro livro da trilogia criada pelo enigmatico Sylvain Reynard, totalmente entendo o motivo desse livro ter fascinado tantas pessoas.

Gabriel é um homem atormentado. Por isso, não é de uma hora pra outra que vai mudar, então gostei como o seu sofrimento, foi tratado com a profundidade e o tempo que ele merecia.

Assim como o da Julia. A pessoa não se torna atormentada com coisas que podem ser resolvidas em alguns passos, então mostrarcomo o processo é doloroso e continuo, foi um ponto positivo para a trama, apesar de termos duas estórias distantas,  pode acabar cansando quem quer romance, romance e romance.

O dos nosso personagens principais, não é fácil de ser realizado, apesar da tensão sexual existir, há várias obstaculos pelo caminho.

As leis da faculdade são as que eles mais usam como desculpa, mas tem muito mais por trás disso, as feridas abertas e o medo de se entregar para qualquer relação que tenha significado, também acompanha esse casal.

É impossível não comparar o livro com outros do gênero, e é impossível não compará-lo com o mais famoso atualmente, Cinquenta Tons.

Assim como o seu grande concorrente, esse livro também tem a sua parte sensual, apesar dela ser bem mais controlada e focada em outros aspectos.

Do tratamento de Gabriel para Julia, passando pelo livro em que a estória se relaciona. Sylvain decidiu mostrar que se é para basear uma estória em algum livro, que seja um tão poderoso quanto a Divina Comédia ( que eu ganhei mês passado, e espero ler ainda esse ano!).

E foi da boca de Paul, estudante de doutorado, e pretendentede Julia que saiu a frase que me confirmou o pensamento do autor:

“Acho que, se você se importa com uma pessoa a ponto de fazer sexo com ela, deveria respeitá-la, e não tratá-la como um objeto. Deveria ser responsável, cuidadoso e nunca, nunca machucá-la. Mesmo que ela seja perturbada o bastante para implorar que você faça isso.”

E não é só uma ligação rasa, seja Sylvain um homem ou uma mulher ( a identidade real do autor é um mistério) tenho certeza que a pessoa é um grande apreciador do trabalho de Dante, porque o cuidado com a obra é supreendente.

Apesar disso tudo, achei que Gabriel consegue ser muito pretencioso em várias situações, o que não acontece com os outros personagens do livro, então tenho certeza que foi proposital do autor, construir o personagem assim.

É legal em algumas partes, mas em outras se torna tão monótono e chato, como as associações da ‘deusa interior’ da Ana em Cinquenta Tons.

O livro faz várias citações a músicas e bandas, mas fiquei super feliz em ver uma referência o The Killers, com uma música do B–side deles, All the Prtetty Faces. ( Não sabia que eu sou fanzona do Killers?). =D

É um livro muito bem construído, apesar de não ter me deixado tão fasinada pelo Gabriel como deveria.

Mas adorei como podemos fazer uma analogia das suas ações e do que ele trabalha com a obra de Dante. Em um momento ele diz: “Quando uma pessoa abandona esse propósito natural, fere a si mesma, pois faz algo que não foi criada para fazer. Entra em guerra consigo e com sua própria natureza.”

Essa única frase revela mais sobre o porque ele vive em uma relação tão próxima com o pecado, do que deveria. Ele faz isso, porque acredita que é essa é a sua natureza, e que qualquer tentiva de sair desse círculo, irá tornar a sua vida uma mentira.

Ele acha que é um ser desmerecodor para a doce Julia, e apesar de não ter lido A Divina Comédia ainda, acredito que nos próximos livros, poderemos ver várias facetas desse Gabriel, e assim podermos conhecer ainda mais sobre esse personagem.

Eu acho ele pretencioso sim, mas isso não quer dizer que também não ahce que ele sabe tratar uma mulher, no caso a Julia, muito bem.

Agora quero saber mais o que tem ali.

 

As Ilustrações citadas em O Inferno de Gabriel

 

Para quem leu, ou para quem está interessado em ler, o livro faz diversas referências a obras de arte.

Sei que acontece, às vezes lemos um livro e falamos que depois vamos ver o que foi citado, mas o tempo passa e acabamos esquecendo, por isso abaixo segue as mais obras importantes citadas em O Inferno de Gabriel:

Dante e Beatriz de Henry Holiday

Henry Holiday - dante and beatrice

Pintura de 1884, se encontra atualmente na Walker Art Gallery em Liverpool

 

As Ilustrações de A Divina Comédia de Sandro Botticelli

Como são muitas, no link abaixo, vocês poderão encontrar todas, dispostas em ordem cronologia.

http://www.worldofdante.org/gallery_botticelli.html

A Primavera de Sandro Botticelli

A pintura de encontra atualmente na Galeria Uffizi em Florença

O Beijo de Auguste Rodin

*Não lembro se esse detalhes é citado no livro, mas como é de se imaginar, essa escultura foi inspirada em A Divina Comédia.

Atualmente no Museu Rodin em Paris

O Retorno do filho prodigo de Rembrant

o-retorno-do-filho-prodigo-rembrandt

A pintura faz parte do acervo do Museu Herritage de São Petersburgo

 

Fanny Ladeira

 

Quase nada foi divulgado sobre a verdadeira identidade por trás do pseudônimo de Sylvain Reynard.  Sabemos que ele é canadense, já escreveu vários livros de não ficção e tem um profundo interesse pela arte e pela cultura renascentistas. Mas, embora declare ser do gênero masculino, seus fãs têm uma forte suspeita de que na verdade S.R. seja uma mulher. Para saber mais sobre as suas obras, acesse: http://www.sylvainreynard.com/

4 comentários:

  1. Comecei a ler esse livro, fui até a página 200, e não consegui continuar.
    Achei o livro lento, apesar de saber que era uma aspecto característico do enredo. Não consegui me encantar pelos personagens.
    Mas adoro ler as resenhas desse livro!!

    bjus
    terradecarol.blogspot.com

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    1. Tive a impressão de esse livro foi sóa introdução para uma estória maiori, e o fato de ser uma trilogia, pode acabar resultando nisso. Geralmente temos tdo jogado no primeiro livro, e depois nos outros fica o redemoinho em cima das coisas do primeiro, mas quem sabe com esse será diferente?
      Mas hey, cada é cda, um, normal encontrar um livro que nao venha de encontro como que esperamos!

      Obrigada pela visita!

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  2. Ai Fanny, eu sgostei dolivro, mas não achei tudo aquilo. na verdade boa parte do livro foi maçante, e por vezes as referencias a Dante eram extensas demais que cansava.
    Achei legal que toda a parte do erotismo fosse abordada de forma diferente... mas infelizmente o Gabriel não me conquistou mto e a Julia se mostrou extremamente inocente para a realidade.

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    1. Eu também esperava mais,só que depois q vc me falou como tinha sido sua experiência, acabi pegando ele sem esperar muito, então fi uma surpresa alguns pontos, acabei gostando mais do que se estivesse esperando tudo o que imaginava.
      O Gabriel passou longe também de ser meu mocinho favorito, e as parte deDante acredito que sejam bem interessantes para quem gosta do livro e do autor, mas pra mim que não li ainda, ficou um pouco distante também.

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Fanny Ladeira!