domingo, 13 de novembro de 2011

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Resenha: Anna Kariênina

annakarieninaLivro: Anna Kariênina
Autor: Liev Tolstói
Editora: Lançado recentemente pela Cosac Naif
Nota: 5 estrelas
“Todas as família felizes se parecem entre si; e as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira.”
Esta é uma das aberturas mais famosas de todos os tempos, e ainda hoje impressiona a sabedoria concisa com que Tolstói introduz o leitor no universo de Anna Kariênina, clássico escrito entre 1873 e 1877. Muito do que o romance vai mostrar está contido nesta frase. A personagem-título, ao abandonar sua sólida posição social por um novo amor, e seguir esta opção até as últimas consequências, potencializa os dilemas amorosos, vividos dentro ou fora do casamento, de toda a ampla galeria de personagens que a circunda. O amor, aqui, não é puro idealismo romântico.
Tolstói recupera todo um século de experiência russa, com episódios e personagens modelados a partir de pessoas reais, e aborda as principais discussões políticas, econômicas e filosóficas de seu tempo, ainda incrivelmente atuais. O livro se articula por meio de contrates: a cidade e o campo; as cidades de Moscou e São Petersburgo; a alta sociedade e a vida dos mujiques; o intelectual e o homem prático.
_Amor…- repetiu ela, lentamente, como se falasse consigo mesma. E, tendo finalmente desprendido a renda, disse, de súbito, olhando-o bem de frente. – Se essa palavra me desagrada, é porque tem para mim um sentido muito mais profundo do que o que pode imaginar.”
Eu não tenho vergonha de admitir que ler esse livro tem sido um grande desafio pelos últimos 7 anos. Sempre começo, sempre paro. Comecei tantas vezes que as 100 primeiras páginas estão muito frescas na minha memória, lembro até detalhes! Mas as 700 páginas restantes sempre fui uma luta para conseguir passa-las.
Entretanto, nenhuma vitória vem sem perseverança, e contra todos os possíveis resultados, eu conseguir terminar o livro.
O seu tamanho nunca me assustou. Sou acostumada, e até gosto de ler livros extensos. Já falei em uma resenha, e volto a falar aqui, se você precisa de 1000 páginas para contar a sua estória, eu vou ler as 1000 páginas.
Anna Kariênina, publicado orginalmente entre 1873 e 1877, era o meu grande objetivo literário, junto com Guerra e paz, também de Leon Tolstói, que pretendo começar essa semana.
O motivo, que eu aos 15 anos, decidi colocar esses grandes e difíceis clássicos na minha lista de 'livros para se ler antes de morrer' é uma incógnita, até mesmo para mim. Na verdade, eu acho que sei.
Acredito que a influência de Rory Gilmore, e a sua extensa e complicada vida estudantil em Chilton, tem alguma coisa a ver com isso.
Como já disse, tentei ler esse livro 5 vezes , e falhei em todas, mas agora me sinto realizada! Sinto como se o peso do livro tivesse sido retirado das minhas costas. Pode ser exagero, mas foi o que senti.
Assim como o com Os miseráveis - Volume I, não vou nem atrever a comentar o estilo de escrita, não tenho calibre para isso. Mas adianto, que apesar das dificuldades que eu passei, a leitura não é muito complicada.
Na verdade, a narração é até muito simples, e só se arrasta demais quando o autor tenta exprimir as ideias politicas e religiosas de alguns personagens, e se você não tem muito interesse no período, pode se tornar um pouco maçante.
Todo aquele que tem uma vida complicada julga ver nessa complicação uma fatalidade que só a ele atinge.”
Apesar do livro se chamar Anna Kariênina, e se focar na sua estória, e ela ser a grande responsável por vários desdobramentos da trama (desdobramentos que em alguns casos, ela nem tem conhecimento) ela passa longe de ser a minha personagem favorita.
Odiei ela por mais de 600 páginas, e só tirei um pouco dessa raiva, quando a sua cunhada Dolly, apresenta a situação dela de outra forma, e ao meus olhos, ela se tornou um pouco menos insuportável. Esse meu 'ódio' pela personagem, não surgiu por causa das suas atitudes, e sim porque ela se transformou em uma pessoa totalmente diferente, por causa disso.
Da mulher forte, bonita e invejada do inicio, ela se torna frívola, ciumenta e passa a se importar menos até mesmo com o seu filho. E o Vronsky, não me inspira confiança, o que torna a sua paixão ainda mais sem graça para mim.
Se eu odiei a Kariênina, posso revelar que amei Kitty e Levi? A estória dos dois é tão cuteeeeee! Não é cute no estilo 'romance YA', mas é cute em nível de romance russo do século 19.
No primeiro estrofe do livro fala: “Todas as família felizes se parecem entre si; e as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira.”
E é basicamente sobre isso do que o livro fala, das complicadas relações familiares e de como os fatores externos afetam as relações familiares.
Fiquei muito satisfeita de ter enfrentado esse livro. Acho que faltava maturidade antes para ler, entender e apreciar.
победа!

ATUALIZADO: A Vanessa do Blog Nerds Leitores, me passou esse site onde você pode ver todos os livros citados na série Gilmore Girls . Um prato cheio para quem sempre foi fã da série, e quer dicas de livros.

Como lembrava Anna Kariênina, passa em um dos episódios, e Rory fala para Dean "Esse é um dos meus livros favoritos" *_*

Uma nova adaptação para o cinema
Ano que vem, provavelmente no final do ano, estreará uma nova versão desse clássico. Dirigido por Joe Wrigth, responsável por Orgulho e Preconceito, Hanna e Desejo e Reparação.
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Elenco
Anna, será interpretada por Keira Knightley, e apesar de gostar muito do seu trabalho, não acho que ela seja a pessoa ideal para o papel, mas vou pagar para ver.
O resto do elenco, considerei muito coeso, e estou esperando muito dessa adaptação.
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Domhnall Gleeson (Levin) e Alicia Vikander (Kitty) – Ele é o Gui de HP, e ela também estará na adaptação de As aventuras do caça-feitiço.
Se você quiser saber mais informações, acesse a página do filme o IMDb.

Fanny Ladeira

Leon Tostoi Liev Tolstói ou Léon Tolstói nasceu na Rússia em 1828, para se tornar um dos maiores escritores de todos os tempos. Seus livros, incluindo Anna Kariênina, são considerados clássicos da humanidade, e figuram em diversas listas como livros obrigatórios. Tolstói, morreu aos 82 anos, depois de decidir viver uma vida mais calma. Seus livros são uma referência para o seu tempo, e ao mesmo tempo uma forma de enxergar o mundo atual.

3 comentários:

  1. Adorei a resenha Fanny!

    Esse livro está na minha lista a algum tempo. Confesso que Rory Gilmore também foi quem despertou minha curiosidade sobre ele mas foi depois de ver o filme "Le Hérisson" que eu fiquei com mais vontade.

    Sempre vou passando ele para o final da lista exatamente por ele parecer difícil de ler e agora que você disse que falhou 5 vezes... que medo! kkkk

    Mas suas 5 estrelas me mostram que vale a pena encarar o desafio, certo? Ainda terei essa coragem =D

    Bjo
    Vanessa Pereira
    Nerds Leitores

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  2. @Vanessa

    Deveríamos andar com uma plaquinha: "Influenciadas por Lorelai e Rory Gilmore"! Mas essa série foi tão magnifica que fica difícil não ficar com curiosidade.

    Não vi esse filme ainda,mas já coloquei na minha lista.

    Você vai conseguir de primeira Vanessa! Só pega nas férias com tempo que vai!

    Beijos!

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  3. kkkk De fato Gilmore Girls foi uma grande influência pra mim =P

    E obrigada pela confiança! kkk Tentarei ler nas férias mesmo, vai ser um bom desafio.

    Vanessa Pereira
    Nerds Leitores

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Fanny Ladeira!