Autor: Jostein Gaarder
Editora:Cia das Letras
Nota: 5 estrelas
Num futuro distante, uma fantástica invenção tecnológica permite ao homem sintonizar um ponto no espaço e no tempo e, a partir daí, revisitar toda a história coletiva e individual da humanidade.
Numa cidade da Noruega, um diagnóstico médico faz um homem robusto demolir uma loja de porcelanas e leva uma jovem mulher a um inesperado encontro com Buda. Personagens de um romance se revoltam, perguntando-se não apenas se eles existem mesmo, mas se existe de fato um autor.
Encontros e desencontros amorosos conduzem um casal de namorados a Roma e a um destino marcado por trágicas coincidências.
Eis as linhas gerais de algumas das dez narrativas que compõem O pássaro raro, livro de estréia de Jostein Gaarder, publicado em 1986.
Todas elas tratam de pessoas comuns que, arrancadas de seu dia-a-dia por um acontecimento inesperado, lançam-se à aventura do pensamento e da reflexão. Um texto curto de grande força poética introduz cada narrativa, antecipando o tema que será desenvolvido.
“A vida precisa de esquecimento. A saúde do homem depende de sua capacidade de esquecer. De cada ação e de cada momento de felicidade também faz parte o esquecimento.O conhecimento nunca deve se sobrepor à vida”
Eu AMO Jostein Gaarder! AMO! AMO! AMO! Eu descobri ele durante os meus 15 anos, quando tive a oportunidade de ler O Mundo de Sofia, e quase fiz filosofia, por causa da influência de Gaarder na minha vida.
Desde então, cada livro que leio desse mestre da literatura(e pessoalmente, o meu escritor vivo favorito ), me leva a um novo patamar de vida. É gostoso ler livros leves, mas é ainda melhor, pegar livros que te fazem parar, abrir os seus olhos, e nos fazem olhar e analisar ao nosso redor.
“Buda não compreendeu apenas que tudo no mundo era sofrimento porque tudo estava sujeito à lei da transitoriedade. Ele também percebeu que existia algo mais. Algo eterno, duradouro. Algo acima das bagatelas e do falso brilho deste mundo, e acima do tempo e do espaço. Algo que apenas pode ser alcançado por aqueles que conseguem sufocar totalmente sua sede de viver.
Buda atingiu a “outra margem”. Ele dominou o mundo e tornou o arhat, o ‘venerável’. Viu o mundo do ponto de vista da eternidade. Alcançou o nirvana.”
O Pássaro Raro, tem todas essas qualidades acima, e muito mais. É um livro tão inquisidor, que me fez até mesmo questionar a minha existência.
Explico.
Em um dos contos, o sujeito acredita que todos somos criações de um autor, e que ele faz o que quer com a nossa vida. POW! A Fanny ficou um dia inteiro pensando nisso.
“Quando eu morrer, o mundo terá se livrado de um louco. Ou isso, ou ele terá perdido o único normal. E então não terá mais importância quem era louco aqui, o mundo ou eu. De qualquer forma, o mundo terá a última palavra.”
São 10 contos, e o que posso dizer deles, é que vocês vão se surpreender com a magnitude e ao mesmo tempo, com a simplicidade de tudo. Estejam preparados!
Vários elementos e questionamentos levantados nesse livro, são explorados de uma forma mais ampla, em suas outras obras suas publicadas.
Mas o teor que reside nesse livro é único. Único.
Assim como cada livro, que já li de Jostein Gaarder. Ainda falta vários dele para ler, mas tenho o pressentimento que todos serão assim.
Fanny Ladeira
Jostein Gaarder é Norueguês, e foi professor de Filosofia durante muitos anos, o seu livro de maior sucesso e reconhecimento foi O mundo de Sofia, que fala exatamente sobre filosofia. Mas escreveu diversos outros romances que lidam com questões da vida. Pessoalmente, ele é uma graça, divertido e só posso sonhar como seria ter um professor de filosofia com ele.
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Fanny Ladeira!