quarta-feira, 26 de outubro de 2011

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Resenha: Os Miseráveis, Volume I

OS_MISERAVEIS__VOLUME_I_1234748702PLivro: Os Miseráveis, Volume I

Autor: Victor Hugo

Editora: Martin Claret

Nota: 4,5 estrelas

O fio condutor do livro, é o personagem de Jean Valjean, que, por roubar um pão para alimentar a família, é preso e passa dezenove anos encarcerado. Solto, mas repudiado socialmente, é acolhido por um bispo. O encontro transforma radicalmente sua vida e, após mudar de nome, Valjean prospera como negociante de vidrilhos, até que novos acontecimentos o reconduzem ao calabouço.

“Era uma pá de terra caindo sobre o caixão.

Um segunda pá de terra tornou a cair.

Um dos buracos por onde ele respirava acabava de fechar-se.

Uma terceira pá de terra caiu.

E depois uma quarta.

Há coisas mais forte do que o homem mais forte. Jean Valjean desmaiou.”

É difícil ler um clássico. Você pega esses grandes romances que fazem sucesso e se mantém relevantes depois de mais de 100/200/300 anos, e parece que uma responsabilidade cai na sua cabeça.

Você não só tem que ler, como tem que entender o contexto em que ele foi escrito, tem que saber as preferências políticas e religiosas do autor, e em alguns casos encostar a rinite num canto e encarar um livro de mais de 20 anos.

Decidi ler Os miseráveis, porque ás vezes alguém vem me perguntar se eu já havia lido ( já que eu leio muito) e sempre fico meio sem graça, por ser um livro tão importante. Então surgiu a necessidade de ler, mesmo que se fosse para falar que é superestimado.

Foi começar a ler, para perceber que superestimado é a minha cabeça (hahahahahha)!!! O livro é grande, é extenso, e está divido em dois volumes, na maioria das suas edições ( tirando essa!) , então por isso que resolvi resenhar somente o primeiro volume, para depois colocar a resenha do 2° volume.

Se ler um clássico é difícil, resenha-ló é quase impossível. O que falar de uma obra dessa magnitude?

Nem vou me dar à liberdade de falar sobre a qualidade do texto, não tenho capacidade para analisar e comparar ele. Só digo, que não é um texto difícil. É até fácil de ler, e se alguém quiser se acostumar com a linguagem de Victor Hugo antes, é uma boa começar com O Corcunda de Notre Dame, que é bem menor e tem uma estória magnífica também.

Eu amei a estória do livro, mas a quantidade de sub-tramas, que vão se cruzar no final, são um pouco extensas, nada que atrapalhe a leitura, mas vale a pena dedicar o tempo assimilando todos os pormenores das tramas envolvendo Jean Valjean , Inspetor Javert e o casal Thénardier.

Se é preciso ficar atento para algumas tramas, você não vai ter dificuldade de acompanhar a estória de Fantine e Cosette.  – Eu chorei muito com a estória das duas, então preparem os lenços! ( Eu sei que sou uma manteiga, mas estou falando sério, preparem os lenços!!!!)

A trama de Os miseráveis, se entrelaça com a estória da Revolução Francesa. É aí que reside o grande triunfo do livro.

“Meu pai – replicou Marius com os olhos baixos e ar severo -  era  um homem humilde e heróico, que serviu gloriosamente a republica e a França, que foi grande dentro da maior história que os homens já fizeram,que viveu um quarto de séculos nos acampamentos, de dia exposto a metralha e as balas, de noite debaixo de neve, de lama, de chuva, que tomou duas bandeiras, que foi ferido vinte vezes, que morreu no esquecimento e no abandono, e que só teve um defeito, amar demais dois ingratos: a pátria e a mim.”

Ao contar a estória de pessoas comuns, afetadas de alguma forma pelas ações dos seus governantes, vamos montando a própria história do período. Para quem gosta de relatos de guerra irá se deleitar. Para quem não gosta fica o aviso, de agüentar mais de 40 páginas relatando uma importante batalha.

E no final do primeiro volume, de Les Miserables, entendemos e sentimos porque esse livro é tão importante: A sua trama é ótima, os personagens são fortes e com estórias cativantes, e de quebra, relata um período histórico importante.

Mas acima disso, o livro demonstra a força, a coragem e o orgulho do povo francês. O orgulho e a vontade de lutar por ela. Não é lutar por um pedaço de terra, não é lutar por ouro, não é lutar por poder, e sim lutar pela a sua mãe, a mãe que eles chamam de França.

No final, fiquei com inveja dessa obra. Gostaria que ele falasse sobre o orgulho do nosso povo, pelo nosso país, queria poder falar que nós  brasileiros também temos uma obra que demonstra a força do nosso povo, e a vontade de mudanças, e de ainda ser uma obra-prima.

Um dia, um dia...

Enquanto isso, vamos apreciando essa obra francesa, e esperando que o segundo volume, seja tão bom ou melhor que o primeiro.

Poursuivant!

 

Fanny Ladeira

 

think_victor hugo Victor Hugo, escritor francês, viveu entre os anos 1802 à 1885. Seus livros são obras-primas presentes nas principais listas  de todo o mundo. Ele foi um militante, e sempre teve uma grande queda pela política. Nos seu dois grandes sucessos, O Corcunda de Notre Dame e Os Miseráveis, ele levanta o tom político, principalmente no 2°. O Corcunda de Notre Dame foi uma obra encomendada para tentar preservar a Catedral que corria o risco de ser demolida. 200 anos depois ela ainda continua forte, e sua história ficou ligada a esse importante romancista.

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Fanny Ladeira!