Autor: Chris Cleave
Editora: Intrínseca
Nota: 5 Estrelas
Na capa do livro, a orientação da editora, no caso a Editora Intrínseca, é não revelar nada sobre a estória, e pede para caso recomendarmos esse livro para alguém, mantermos o mistério e a expectativa.
Como já faz algum tempo que esse livro foi lançado, e sei que algumas pessoas já podem ter lido, mas sei também que muitas ainda não tiveram a oportunidade, por isso vou seguir a orientação passada e revelar somente o necessário.
Fica difícil fazer a resenha, e não poder contar a estória, mas vou topar o desafio.
Em Pequena Abelha, ou Little Bee no original, escrito pelo inglês Chris Cleave, somos apresentados a personagem principal, que empresta seu nome para o título do Livro. Pequena Abelha, é uma refugiada da Nigéria, que há dois anos, mora em um Centro de Detenção para Imigrantes da Inglaterra.
Fugindo de muitos males, e tentando se reencontrar com uma pessoa importante da sua vida, ela vive entre as paredes do centro, tentando aprender os costumes da terra da Rainha, e tentando adivinhar quando ( e se) irá sair dali.
Na mesma cidade, e com vidas separadas, somos apresentadas a Sarah, uma mãe suburbana, que divide o seu tempo entre cuidar de uma revista feminina de grande circulação e tentar lidar com o suicídio do seu marido, Arthur, e tem que enfrentar a dificuldade, em fazer com que o seu filho, Charlie, se distancie do mundo da fantasia, e consequentemente da sua roupa de Batman.
“A morte, claro, é um refúgio. É para onde você vai quando um nome novo ou uma máscara e uma capa não conseguem mais escondê-lo de si mesmo. É para onde você corre quando nenhum dos principados da sua consciência lhe concede asilo.”
O mundo das duas não poderia ser mais diferente, mas elas já se cruzaram um dia, e irão se cruzar de novo.
Pequena Abelha, é um livro que aborda muito amplamente as dificuldades dos imigrantes, até mesmo aqueles que fogem de situações completamente violentas. Em um mundo civilizado, somos alheios a todos que precisam de ajuda.
E uma parte do livro, um dos personagens é questionado se não devemos ajudar os outros, ele responde que sim, mas desde que não afete as nossas vidas. Assim fica fácil, né?
O livro é maravilhoso, e nós coloca no nosso devido lugar. Somos parte de uma sociedade como um todo, cabe a nós correr atrás para que possamos viver em um mundo melhor, e Pequena Abelha ( a personagem) e a personificação de uma pessoa, que vale a pena lutar.
Nem todos somos santos, nem sempre estamos certos, mas também nem sempre estamos errados. Somos todos seres humanos, e esse livro abre a nossa mente essa verdade e para várias outras questões.
O livro só não ganhou um Selo de Excelência, porque o final ficou muito aberto, quer dizer você sabe o que acontece, mas o autor quis dar uma roupagem mais filosófica para as cenas finais, enquanto eu esperava um relato mais seco, para poder dar um impacto melhor.
E dentro das 272 páginas, Cleave ainda encontrou tempo para escrever sobre uma das minhas bandas favoritas:
“ Na minha primeira semana no centro de detenção, o U2 também era o número um lá. Isso é uma coisa interessante sobre este mundo, Sarah. Ninguém gosta de outros, mas todos gostam do U2.”
Tenho que concordar com isso.
Super Recomendo!
Fanny Ladeira
Chris Cleave tem 36 anos e mora em Londres com a sua mulher e seus dois filhos. Ele já foi barman, professor, instrutor de navegação e jornalista. Seu primeiro livro publicado foi Incendiary, mas foi com o lançamento de Pequena Abelha, que ele conseguiu um lugar destaque nas listas dos mais vendidos.
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