Depois dos acontecimentos principais do filme, Stephen interpretado por Tom Wilkinson, que faz o pai da mocinha do filme Jenna (Jacinda Barret), solta o seguinte ensinamento para o seu genro, Michael (Zack Braff).
"Pare de falar sobre amor. Qualquer idiota do mundo, pode dizer que ama alguém. Isso não significa nada. E ainda não significara nada. O que você sente só importa para você. É o que você faz, para as pessoas que você diz eu te amo, isso é o que importa. É a única coisa que importa"
Essa frase soltada em um momento crucial do filme, que dá o tom de Um Beijo a mais, The last Kiss no original, lançado no Brasil em 2006.
O filme conta a estória de Michael, um arquiteto com uma boa vida, que mantém amizades com antigos colegas e uma linda namorada, Jenna, que está grávida. É nesse momento, que Michael começa a questionar vários pontos da sua vida, e começa a duvidar das escolhas que ele fez e para onde isso irá leva-ló.
Toda essa confusão se complica mais quando Kim ( Rachel Bilson, a Summer de The O.C.), aparece na sua vida, trazendo todo o tempero juvenil que ele queria.
Mas com toda ação vem a reação, e Michael vai ter que viver com as consequências, e tentar lutar pelo o que ele realmente quer.
Eu comprei esse filme por impulso durante uma ida às Lojas Americanas, eu já tinha ouvido falar dele e tenho um carinho por Zack Braff, que fazia o J.D. em Scrubs (que eu adoroooo), por isso resolvi arriscar já que estava em promoção. Mal eu sabia que ali estava um filme único (Não tão único já que é um adaptação de um filme italiano, mas vocês me entenderam, né?).
Esqueça todas as comédias românticas que você já viu e nem caia nas carinhas de amor dos atores na capa, por que tudo isso é um propaganda enganosa. Aqui está um filme leve, mas que trata de assuntos sérios dos relacionamentos amorosos, e querendo ou não, todos passam, passarão e até mesmo para aqueles que fogem disso. A tentação, a dificuldade em se ajustar a um novo elemento, ou a um filho, uma separação dolorosa, e o ponto que é mais tratado nesse filme, a traição.
Eu não vou entrar aqui em moralidades, mas tenho muita (MUITA) dificuldade em simpatizar com personagens que traem, e nesse caso não é um exceção. Só que mais que isso, esse filme foca na dificuldade dos relacionamentos, e é o que dá um tom um pouco mais leve para ele, já que mescla vários relacionamentos em diferentes situações. Se focasse só nos problemas dos protagonistas, Jenna e Michael, tudo isso seria ainda mais obscuro.
Mas a grande lição desse filme é que: a a grama do vizinho sempre vai ser mais verde. É aquela expressão, "Quem tá dentro quer sair, quem tá de fora quer entrar". Ou seja, por mais que a vida pode ser perfeita sempre pensaremos naquele gap, o jeito que seria ás nossas vidas, se tal coisa fosse diferente.
Michael, está nesse barco, e quando ele vê que a sua vida se tornou aquilo que ele achou que seria, ele se decepciona porque pensa que é isto, que nada mais vai acontecer daqui para frente. E vulnerável, e pensando nisso, ele caí na primeira armadilha que vê pelo caminho, essa 'armadilha' específica é Kim.
Nas mãos de um diretor e roteiristas sanguinários, esse filme provavelmente se tornaria bem dark, mas com as mãos habilidosas de Tony Goldwyn, que a maioria deve conhecer como Carl, o colega de trabalho mala de Demi Moore em Ghost, tem uma capacidade muito grande de saber criar um filme que fala de um amor real. Um outro filme que ele dirigiu foi Alguém como você, que nós ainda vamos falar por aqui.
A escolha do elenco foi bem feita e temos um time muito bom. Aparecendo como coadjuvante, temos a oportunidade de ver o trabalho Casey Affleck, irmão mais novo de Ben, que mesmo sem ter muito tempo em tela, dá um show como Chris, que está em um relacionamento destruído.
O trio principal Zack, Jacinda e Rachel, também é consistente, mas Jacinda sai na frente, já que consigo ver ela sem ter nenhum canto subconsciente, lembrando de cenas de Zack e Rachel, em suas séries que o deixaram famosos. Além disso Jacinda, consegue carregar as cenas de drama muito bem, deixando o espectador ainda mais perto da sua dor.
O filme é coroado com um trilha sonora incrível, que incluí Warning Sign do Coldplay, Hide and Seek da Imogen Heap, Chocolate do Snow Patrol, sendo que Warning Sign é a mais certa de todas, já que no momento em que toca, fala o que todas nós esperamos ouvir:
"A warning sign/Um sinal de alerta,
I missed the good part then I realized/Perdi a parte boa então me dei conta,
I started looking and the bubble burst/Comecei a observar e a bolha estourou,
I started looking for excuses/Comecei a procurar por desculpas"
Um ótima sessão para todos!
Fanny Ladeira
Próxima Sessão: The Black Balloon
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