George VI (Colin Firth), conhecido como Berty, assume, a contragosto, o trono de rei da Inglaterra quando seu irmão, Edward (Guy Pearce), abdica do posto em 1936. Despreparado, o novo rei pede o auxílio de um especialista em discursos, Lionel Logue (Geoffrey Rush), para superar seu nervosismo e gagueira. Com o tempo, tornam-se amigos.
Esse drama foca exatamente na dificuldade do monarca em superar a gagueira e conseguir ser a voz que vai dar apoio a nação.
Não é fácil concorrer a 12 estatuetas do prêmio mais disputado e visado do cinema mundial, o Oscar, mas ao mesmo tempo, ser o grande indicado da noite, não garante que o filme vá conseguiu algum prêmio.
Isso porque além de contar com o fato de ter candidatos, perigosos ( O Cisne Negro, entre outros), O Discurso do Rei, lida com um antigo estigma.
Nunca um filme focado em um monarca inglês, ganhou a estatueta de Melhor Filme. É lógico, que o número de indicações em si, já dá o filme prestígio e reconhecimento, mas quando a noite termina, os mais paparicados são os grandes ganhadores da noite ( depois que passa os ótimos serão lembrados, mas na noite mesmo é só dos ganhadores).
O roteiro é um show a parte, mostrando com aos poucos a personalidade um pouco( muito) nervosa de George. Já na primeira cena ele gagueja em frente a um grande público, e depois tem acesso de nervoso quando é submetido a um técnica para acabar com a gagueira ( basicamente enfiar um monte de bolinhas na boca e tentar falar através delas. Infalível! HA!), já a próxima cena vai tentar mostrar o lado mais humano e nada gago do personagem, ao mostrar ele contando uma estória de ninar para as filhas ( Sim, uma delas vai ser a futura Rainha Elizabeth II).
A direção e a posição da câmera, é no mínimo diferente. A câmera foca bem em cima do ator, em alguns momentos só se vê a cabeça dos atores, mas foi uma boa maneira de demonstrar que ele queria que o foco fosse no personagem, não no ambiente.
Lógico que estamos falando de um filme se passado na 2° Guerra Mundial, mas o que o é importante nesse filme é a superação de um problema emocional, só torna mais complicado o fato dele ser o Rei da Inglaterra.
Em um momento do filme, quando a mulher Elizabeth ( Sim! a Rainha Mãe como a maioria de nós conhecia ela), procura Lionel, ele fala para ela, ‘peça para o seu marido mudar de emprego’ sem ainda saber que se tratava do 2° na linha do trono.
E o filme, relata muito essa parte. Não acostumados nessa vida, nós nos temos a visão que a vida deles é só glamour, mas nós esquecemos que eles são só pessoas que nasceram nesse meio. É diferente quando você resolve casar com alguém que ter fornecerá o título, de quando você nasce já predestinado a seguir os passos dos seus antepassados.
A pressão deve ser enorme, e para alguém que tem dificuldade em fazer uma coisa tão comum a eles, o falar em público.
Mas o grande ponto do filme é o elenco. Por se tratar de uma biografia de um líder conhecido sobre a maior e mais conhecida família real do mundo, ele de certa forma dá brecha para que os atores possam se destacar mesmo estando dentro dos 'sapatos' de outra pessoa.
Helena Boham Carter e Geoffrey Rush, ambos concorrendo a categoria de melhor atriz/ator coadjuvante respectivamente, entregam atuações inspiradas. Boham-Carter, é conhecida pelas suas excentricidades, e como sempre coloca um pouco disso em cada uma de suas personagens. Não que isso seja uma coisa ruim, pelo contrário ela é uma atriz única, por isso. Mas ao ter que montar o papel de uma rainha, ela mantém o tom da própria personagem, porém não acredito que ela deva ganhar dessa vez, já que a sua personagem se mantém um pouco apagada pela própria história.
Já Rush, eu não sou muito familiarizada com o seu trabalho ( exceto se você contar a franquia Piratas do Caribe), mas se puder levar em conta a sua atuação prestada nesse filme, podemos montar uma carreira gloriosa. Se ele vai ganhar ou não, só saberemos no domingo a noite, mas ele faz jus a indicação.
Mas o filme pertence a uma pessoa, Colin Firth. Ne pele do rei gago, ele entrega a melhor atuação da sua carreira, é uma das melhores do ano (Muitos falaram que esse título é de Jeff Bridges por Bravura Indômita – que eu não vi!) . Ele tramita entre o nervosismo do personagem de uma forma quase natural, como se ele fosse assim: um gago com problemas de nervos.
Algumas pessoas que freqüentam sabem que eu tenho uma grande queda pelo ator, mas não falaria nada em relação a sua atuação se eu realmente não tivesse gostado. E ele, conseguiu sumir dentro do personagem, não vemos ‘aquele ator que fez Bridget Jones’ e sim o Rei George. E ele nem está tão bonito nesse filme ( Tem uma parte que ele aparece com a vestimenta da Marinha, vou te falar!) então isso também não influenciou a minha avaliação
As melhores cenas do filme, são as melhores por causa dele. Ele contando estórias para as filhas. Depois o primeiro encontro dele com Lionel. E uma cena emocionante junto com a esposa, logo após a posse.
E a melhor cena de todas, ele e Lionel discutindo dentro da Catedral de Windsor. Uma cena poderosa, e que demonstra a força dos dois atores, tanto de Rush, quanto de Firth.
Ele sim, se não ganhar o Oscar, vai ser marmelada. :(
Há algumas cenas hilária, mas outras que farão você secar as lágrimas para seguir em frente, e no final, você está maravilhada com esse drama muito acima da média, mesmo para filmes premiados.
Esse sim é um ‘Oscar Material’, e mesmo se ele não ganhar, ele já ganhou.
O Público.
Update: Resultado do Oscar 2011
O filme ganhou 4 estatuetas do Oscar! Sendo de Roteiro Original, Melhor Diretor, Melhor ator ( Colin Firth) e Melhor Filme.
Muito se falou sobre os outros indicados, mas todos que já assistiram a O discurso do Rei concordam, todos os prêmios foram merecidos!
Foi uma festa muito bonita, com ganhadores justos em todas as categorias. E é assim que vamos montando o cinema mundial.
Fanny Ladeira
P.S.: Vi Bravura Indomita, e digo Briges estava muito bom, mas Firth foi relamente o melhor do ano! Podemos comemorar com absoluta certeza
Próxima Sessão: Escrito nas Estrelas
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