sexta-feira, 12 de abril de 2013

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Desafio Realmente Desafiante #3: Antes de Morrer

Esse ano estou participando do Desafio Realmente Desafiante proposto pelo blog Psiu que eu tó lendo, e estou eliminando alguns livros comprados, mas não lidos da minha estantes.

Mas um dos tópicos tinha uma proposta diferente, e é a minha escolha da vez:

Re-ler e resenhar um livro que você leu a muito tempo e nunca resenhou

Livro escolhido: Antes de Morrer

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij1cRLTAELRE9HzuqYEirBgsoW1jHujMbFD38YEtP0NK2HyVDDO7Gz-DS9BcZ_UfcARqB9ZTDmEXBjPg9mTQt9F6AVIcgBcNfnmClR-NVBCMLXf192rbWBQ6zkopoMWp-K71PEC1miF4Y/s1600/Antes+de+morrer.jpg

“À nossa volta, todas as coisas se juntam para nos encarar. As coisas perdidas novamente encontradas”

Eu comprei esse livro em 04/01/2009 (sei disso porque ainda marcava a da tade de compra neles). Li, após ver um trecho em um blog (tá vendo a importância?) e ficar totalmente impressionada e desesperada para ler.

Li, e o livro superou as minhas expectativas! Emprestei para as amigas, e quando anunciaram o filme baseado no livro, com Dakota Fanning como a protagonista, fiquei receosa, mas ao mesmo tempo animada(até fiz um post sobre isso).

Apesar de gostar tanto do livro, tinha passado tanto tempo que havia lido ( e como havia lido somente uma vez), não conseguia precisar de forma clara, o que tornou esse livro tão especial pra mim.

Até que por causa do desafio, tive a oportunidade.

E devo dizer: não estava errada sobre a qualidade desse livro.

A estória pode ser um pouco batida, menina doente quer realizar todos os seus desejos antes de morrer ( para quem cresceu assistindo Um Amor para Recordar, sabe do que estou falando), mas a medida que o drama vai desenvolvendo, a estória criada por Jenny Downham vai de distanciando do que temos por aí.

Sabe aquele ditado: o importante não é o local de chegada, mas sim o caminho?

Eu tenho uma pensamento com uma abordagem parecida para livros, séries, músicas e afins. Acredito que tem 1000 jeitos diferentes de contar uma estória, e que cada pessoa fará de um jeito.

Só porque alguém já contou uma estória sobre uma adolescente morrendo, não quer dizer que outros também não possam fazer.

Lógico que sempre tomando cuidado para não cair em um caso de plágio. Afinal, há algumas abordagens que são únicas.

Por exemplo, você pode escrever um livro sobre um menino bruxo desenvolvendo as suas habilidades, enquanto enfrenta um inimigo poderoso.

Mas escrever uma estória sobre um menino bruxo, chamado Harry Potter, que mora na Inglaterra e frequenta a escola de Hogwarts, é perda de tempo (além de plágio, você vai ser processado! LOL), porque essa estória já foi contada.

Percebem a diferença?

Felizmente, no caso do tópico levantado por Jenny, há muitas variantes e nuances a se explorar, o que ela faz lindamente nas 289 páginas de Before I die, no original.

A estória do livro:

“Não quero morrer assim, não antes de ter vivido de verdade. Isso me parece claro. Sinto-me quase esperançosa, o que é uma loucura. Quero viver antes de morrer. É a única coisa que faz sentido.”

Tessa é uma menina de 16 anos que tem uma doença incurável.

Diante de seu imutável destino, ela organiza uma lista com o que gostaria de fazer antes de sua morte e parte em busca de realizá-la: se apaixonar, ter a primeira relação sexual, dirigir escondida, roubar coisas numa loja... viver o tempo que resta.

Apesar do livro ser focado no que Tessa está passando, vários personagens fazem parte dessa jornada, como o seu pai, um homem de fibra que largou tudo para cuidar da filha, sua mãe que saiu de casa quando era nova, mas agora voltou para o convivío da família, além de Cal, seu irmão caçula e a sua amiga, Zoey. Cada um tem um papel importante e tocante nessa jornada até o fim da Tessa.

Outro que tem uma parte importante é Adam, o vizinho bonito que acaba se aproximando cada vez mais Tessa do seu objetivo de aproveitar o resto de vida que lhe resta.

O livro é muito bem contruído, e ler novamente me ajudou a perceber como autora utilizou elementos, descrições e sugestões inteligentes e tocantes, para nos fazer mergulhar na trama.

“A cada sete anos nossos corpos mudam, cada célula. A cada sete anos nós desaparecemos.”

Tessa tem alguns pensamentos sombrios, e em alguns momentos muito maduros para a sua pouca idade, mas ela é uma menina passando por uma situação tão fora do que poderíamos imaginar, que eles se tornam não só palusível, como 100% corretos para a estória que está sendo contada.

É um livro triste? Sim, mas é um livro que te faz avaliar várias coisas. E Abrindo o olho para as coisas que realmente importam, como a mediade que o final vai chegando, você vai percebendo a mudança dos pedidos que Tessa faz.

É um livro, meio ‘De partir o coração’, mas alguns dos pontos levantados são necessárias para o nosso crescimento.

Para finalizar de falar desse livro maravilhoso, e que tem muitas razões de estar na minha lsita de favoritos, fica aqui o poema solicitado pela própria Tessa para ser lido em seu funeral:

Soneto 12 de William Shakespeare

Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta têmpora assedia;
Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia sombra franca
E em feixe atado agora o verde trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;
Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono
Morrem ao ver nascendo a graça nova.
Contra a foice do Tempo é vão combate,
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate.

Fanny Ladeira

P.S.: Semana que vem o Cinema no Restaurante, volta a sua frequencia normal, com o filme Now is Good, baseado em Antes de Morrer:

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Fanny Ladeira!