domingo, 30 de setembro de 2012

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Resenha: A Corrida de Escorpião

A-Corrida-do-Escorpião Livro: A Corrida de Escorpião

Autora: Maggie Stiefvater

Editora: Versus

Nota: 4 Estrelas

A cada novembro, os cavalos d'água emergem do oceano e galopam na areia sob os penhascos de Thisby. E, a cada novembro, os homens capturam esses cavalos para uma corrida eletrizante e mortal. Alguns cavaleiros sobrevivem. Outros, não. Aos 19 anos, Sean Kendrick já foi quatro vezes campeão. Ele é um jovem de poucas palavras e, se tem medos, guarda-os bem escondidos, onde ninguém possa vê-los. Puck Connolly é uma novata nas Corridas de Escorpião. Ela nunca quis participar da competição, mas o destino não lhe deu muita escolha. Sean e Puck vão competir neste ano, e ambos têm mais a ganhar - ou a perder - do que jamais pensaram. Mas apenas um deles pode vencer.

A indicação inicial desse livro foi da Sabrina, do blog Café, livros e blá, blá, blá. O que achei mais fascinante, é que ela não só indicou o livro, como falou dele de uma foma tão apaixonante, que eu simplesmente tive que colocar na minha lista.

Esse é 3° livro que leio de Stiefvater ( Já li e resenhei os dois primeiros volumes da Série Os Lobos de Mercy Falls), e tenho que confessar que a considero, uma escritora muito talentosa, apesar de entender ao mesmo tempo que seus livros não conseguem atingir uma parte do público.

É como se ela tivesse todas os elementos de seus livros que o tornam único, mas para continuar assim ela tem que compremeter uma parte do público alvo, para manter a sua estória como ela gostaria que fosse contada.

Tiro por exemplo, o próprio A Corrida de Escorpião, ou The Scorpio Races no original. O começo é díficil, e precisei ter uma pouco de paciência para esperar a estória ‘deslanchar’, mas no momento em que ela finalmente começou a tomar forma, ainda havia vários elementos de difícil assimilação.

Cavalos assassinos, corridas mortais e um ‘encantador de cavalo’ fechado, Sean Kendrick, além de Puck que não revela muito de si.

Puck ‘Kate’ Connelly e Sean, não são exatamente o tipo de protagonistas que você espera encontrar. Eles não são simpáticos, abertos, e não se apaixonam perdidadamente após o primeiro olhar. Por isso, mesmo com a estória divida entre o ponto de vista de ambos, não parecia que uma boa estóia poderia sair dali.

“_ Tem tudo a ver com desejo – digo enfim, depois de pense um pouco. – Os turistas parecem sempre desejar alguma coisa. Em Thisby, as coisas têm menos a ver com o que se quer e mais com o que se é.”

Mas aí reside a diferença, entre nós meros leitores e a cabeça de um escritor.

Ao longo das páginas, Stiefvater não só foi unindo esses elementos em uma trama fascinante, como colocou coração nelas.

Eu não gostei muito dos capall uisce, os cavalos do mar, e por isso não tenho muito o que falar deles. Até entendo que sejam criaturas fascinantes e cheios de mistério, mas não me envolveram.

Mas gostei da relação entre os cavalos e seus ‘donos’. Dove e Puck e Sean e Corr, mostram que um vínculo tão forte não pode ser gerado por mágica, mas sim com o tempo.

Mesma sistemática que gerou uma das minhas cenas favoritas do livro, que poderia até ser considerado ‘boba’, mas conseguiu se tornas uma das minhas favoritas de todos os tempos.

A descrição do porque gostei dessa cena, contém um pequeno SPOILER. Não é nada que possa estragar a leitura, mas sei que tem pessoas que não gostam de ler NADA antes. Então se é o seu caso, pule a última parte.

De qualquer forma eu gostei do livro e recomendo.

 

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Sean, chama Puck para dar uma volta em Corr. Relutante ela aceita, apenas para demonstrar para Sean que não tem medo.

Juntos, Sean e ela, dão uma volta.

Simples certo? Mas como essa cena é descrita e o que ela representa…awww.

Vou me explicar melhor: Imagine você, que ama livros e espera encontrar alguém que também goste deles, porque ao contrátio da maioria das pessoas, você quer poder conversar sobre eles, e dividir com alguém.

Uma tarefa difícil, mas não impossível.

Mesmo assim, essa pessoa não vai gostar dos mesmos livros que você, vai querer discutir sobre o trabalho de um escritor que você considera um gênio, e pode até discordar de você sobre o motivo porque um livro pode ser considerado bom.

Porém, essa pessoa entende o seu amor. Entende o que você sente. E o mais importante, não te julga, não te maltrata e não te faz sentir culpada por amar aquilo que te faz feliz.

E nem que seja por um instante, vocês podem dividir esse amor único.

Por isso, eu não importo que a estória não seja perfeita, não importo que ela não tenha me envolvido como deveria, mas ela me fez refletir sobre um sentimento muito importante.

E se isso não é o objetivos dos livros, eu não sei mais sobre nada.

Fanny Ladeira

Maggie Stiefvater é uma escritora americana.  Atualmente ela mora na Virginia, com seu marido e dois filhos. No Brasil, foi lançado além desse livro, seus livros da série Os Lobos de Mercy Falls que saíram pela Editora Fronteira.

4 comentários:

  1. Eu até que gosteu de A corrida de escorpião, mas não achei tudo aquilo.

    É bonita e tal... ams sei lá. Faltou algo que me conectasse mais aos personagens.

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    1. Então, foi o meu pensamento também. Gostei de várias cenas e pontos, mas não está na minha lista de livros favoritos, exatamente pela distância dos protagonistas. Eles são um pouco distantes e até frios. Acho que tem vários elementos que salvaram o livro de ser dispensável, mas ficou longe do que eu esperava.

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    2. Concordo! tem livros muito mais legais, mas esse não deixa de ser um, nunca vou esquecer sobre Corr e sua lealdade, mas a vida continua, e vamos continuar a esperar novos livros *U* loouco para que saia Mark of Athena *u*

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    3. Exato. Não é o melhor livro por aí, mas também passa muitooo longe de ser o pior.

      É só um pouco diferente do que temos por aí, principalmente por focar mais na relação com o meio ambiente e com o lar, do que o romance entre os protagonistas em si.

      Obrigada pela visita!

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Fanny Ladeira!