quarta-feira, 9 de maio de 2012

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Resenha: Maya

545082_728 Livro: Maya

Autor: Jostein Gaarder

Editora: Companhia das Letras

Nota: 2,5 estrelas

O encontro de um paleontólogo norueguês com um escritor inglês e um casal de espanhóis numa ilha da Oceania, em 1998; o período devoriano em que apareceram os primeiros anfíbios; as piruetas de um anão no porto de Cádiz, em 1790;

O big-bang do Universo; a presença do pintor Goya na casa de campo da duquesa de Alba, no fim do século XVIII: que laços insuspeitos podem unir fatos tão díspares?

Será o mesmo fio que liga o conceito de maya da filosofia hindu, o calendário dos maias e as tradições dos ciganos andaluzes transmitidas à dançarina de flamenco Ana Maria Maya?

Para decifrar esses enigmas e circular por lugares, povos e épocas tão distantes, Jostein Gaarder convida o leitor de Maya a fazer uma longa viagem pela evolução do Universo e pela origem da vida.

“Sempre me pareceu terrível pensar que posso desaparecer a qualquer momento, que só me cabe esta vez e que nunca mais vou voltar.”

Jostein Gaarder é a pessoa mais inteligente e enigmática que já conheci na minha vida. E olha que só passei uma horinha com ele, durante a sua palestra na Bienal de 2010, mas foi o suficiente para entender porque seus livros são tão magníficos.

E são mesmo. De O mundo de Sofia, passando por Ei! Tem alguém aí? E chegando nas obras-primas A Garota das Laranjas e O Dia do Coringa. Todos que li até hoje, trazem mais do que uma estória, me trouxeram um aprendizado único.

A estória de Maya apesar de entrelaçar diversos elementos chaves e ter o estilo do autor, tem uma linguagem e um texto um pouco mais complexo que o normal. É necessário se concentrar para ler os capítulos, e em alguns momentos você fica na dúvida se o que aconteceu é um sonho ou não.

E se em outras oportunidades, o autor fez as suas estórias as mais fantásticas o possível. Nesse, o final vem provar, que às vezes floreamos de mais e tentamos encontrar explicações mirabolantes, quando tudo é simples.

“Nem sempre coincide de serem os que mais aproveitam a vida os menos dispostos a abandoná-la quando chega a hora. Ao contrário, os que mais se divertem, costumam ser os que têm uma atitude despreocupada diante do fato de que a vida vá acabar um dia. Isso pode parecer um paradoxo, mas não é, o que se deduz quando se estuda a questão mais a fundo. Os que se negam a aceitar que a vida se acaba já estão no limite. Os que negam a aceitar a vida se acaba já estão no limite.”

Por isso, fiquei triste de não sentir tudo o que esperava com Maya. O livro é confuso em algumas partes, mas não saí muito do tipo de narrativa que Gaarder trás em suas obras. Apesar de todos os elementos que conheço estar ali, eu não consegui fazer a conexão que todo livro precisa.

Eu entendo que não é em todo livro que esse ‘clic’ acontece, mas me pareceu tão estranho ler um livro do Jostein sem ele. Lógico que estou mais inclinada a me culpar por isso.

Fanny Ladeira

 

Jostein Gaarder é Norueguês, e foi professor de Filosofia durante muitos anos, o seu livro de maior sucesso e reconhecimento foi O Mundo de Sofia, que fala exatamente sobre filosofia. Mas escreveu diversos outros romances que lidam com questões da vida. Pessoalmente, ele é uma graça, divertido e só posso sonhar como seria ter um professor de filosofia com ele.

2 comentários:

  1. O restaurante do fim do universo... Não seria o segundo livro do guia do mochileiro das galáxias?
    Concordo com o que disse, os livros de Jostein são fascinantes, estudar filosofia é tudo de bom e com ele deve ser ainda melhor. Maya de fato parece ter uma ligação com O dia do coringa, mas estou um tanto perdida nele.

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  2. Acho que a ligação com o Dia do Curinga é clara, Jostein parece criar um universo imaginário das estórias dele onde esse tal Curinga Eterno sempre aparece, o que acho muito excitante, mas no final de Maya me pareceu faltar alguns detalhes, como o a missa de 7º dia de Ana, ou melhor, ela morreu de fato? Aquele epílogo do John confundiu tudo hahahah

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Fanny Ladeira!