quarta-feira, 11 de maio de 2011

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Resenha: O Garoto no Convés

o-garoto-no-conves Livro: O Garoto no Convés
Escritor: John Boyne
Editora: Companhia das Letras
Nota: 4,5 estrelas

Leia no site da Cia das Letras O primeiro capítulo.

Eu tive a imensa oportunidade de conhecer John Boyne na última edição da Bienal de São Paulo, e não me arrependo nem um pouco de ter enfrentado 3 horas para chegar até lá. Já que além de participar desse evento marcante, tive o prazer de presenciar da palestra do Boyne.

Boyne é tudo que as suas obras passam: inteligente, honesto, simples e até charmoso em alguns (ou vários) momentos. E assim, fui criando mais confiança com ele, lendo os seus outros sucessos - O Menino do Pijama Listrado, e um dos meu livros favoritos de todos os tempos, O Palácio de Inverno - que já foi resenhado pelo blog no ano passado.

Em abril de 1789, semanas após concluir no Taiti uma curiosa missão com fins botânicos - coletar mudas de fruta-pão para alimentar os escravos nas colônias inglesas -, o navio de guerra britânico HMS Bounty foi palco de uma revolta de parte da tripulação contra o capitão William Bligh, que acabou deixado à própria sorte em um bote em alto-mar junto com os marinheiros ainda fiéis a seu comando.

Sem provisões e instrumentos de navegação adequados, o grupo enfrentou 48 dias de duras provações até alcançar a costa do Timor. O episódio inspirou numerosos livros e filmes.

Em O Garoto do Convés, a história da expedição é narrada do ponto de vista de John Jacob Turnstile, um garoto de Porstmouth, sul da Inglaterra, que sofre abusos de toda sorte, inclusive sexuais, no orfanato e pratica pequenos furtos nas ruas da cidade. Detido pela polícia após roubar um relógio, é salvo pela própria vítima do roubo quando esta lhe faz uma proposta: em vez de ficar encarcerado, embarcaria no HMS Bounty para passar pelo menos dezoito meses como criado particular do respeitado capitão Bligh. Turnstile aceita a barganha, planejando fugir na primeira oportunidade. Mas a rígida disciplina da vida no mar e uma relação cada vez mais leal com o capitão transformarão sua vida para sempre. É pela voz desse adolescente insolente e sagaz, mas ao mesmo tempo frágil e ingênuo, que o leitor acompanhará uma viagem repleta de intrigas, tempestades instransponíveis, cenários exóticos e lições de lealdade, paixão e sobrevivência.

O autor acrescenta novos dados e interpretações a uma história até hoje misteriosa. Sugere, por exemplo, que a receptividade sexual das nativas do Taiti pode estar na origem da insatisfação que resultou no motim. Seduzidos - ou, no caso de Turnstile, iniciados - por elas, os marujos teriam considerado intolerável a ideia de retornar para casa, o que os colocou em linha de colisão com o capitão.

A qualidade do livro, lançado em 2009 pela Companhia das Letras, acompanha as outras obras de Boyne, e mostra porque ele é dos melhores escritores contemporâneos, já que consegue escrever romances tão vivos.

Por outro lado, ele funciona também como um mágico que com o seu talento, vai reescrevendo a história.

Assim como em O menino do Pijama Listrado, que se passa em Auschwitz e O Palácio de Inverno, que se fala da queda da Casa dos Romanov.

Pegando uma história existente e fascinante, nesse caso o Navio Bounty do século 18. Assim como nos outros livros de Boyne, o personagem principal, John Turnstile,apesar de fazer um parte importante da narrativa, não chega a alterar o rumo que a história real teve. Ali, ele funciona mais como um expectador, e que vai se movimentando ao redor dos personagens históricos.

A única parte chata, é que para quem não gosta de livros de navios e etc, acaba ficando um pouco entediada, com os detalhes de navegação. E também por um mal cálculo meu.

Tanto as história de Pijama Listrado, como a de Palácio, apesar de não conhecer muito os detalhes, eu já sabia um pouco do ambiente que a história passava.

Já da História do Bounty eu não sabia nada, e tenho que confessar que nunca tinha ouvido falar desse acontecimento histórico.

Eu não sabia nada, e não fui procurar para manter o suspense. Mas o interessante dos livros do Boyne, é que a estrada é tão interessante quanto o final.

Portanto recomendo que você pesquise um pouco das histórias, para não ficarem tão aéreos quanto eu.

Uma ótima Leitura!

Fanny Ladeira

john John Boyne nasceu na Irlanda, em 1971. É autor de sete romances e foi traduzido em mais de trinta línguas. O menino do pijama listrado (2006) conquistou dois Irish Book Awards, vendeu mais de 5 milhões de cópias ao redor do mundo e foi adaptado para o cinema em 2008.

Um comentário:

  1. Fiquei curiosa com a obra dele agora, pois você tem um ótimo gosto! *-*
    Assisti O Menino do Pijama Listrado e achei muito emocionante!
    Beijo
    Tarsila

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Fanny Ladeira!