Esqueça Jogos Vorazes, e outros filmes de ficção e distopia.
Imagine você vivendo, em um ambiente de guerra velada.
Onde há momentos de paz e momentos de guerra.
Momentos de incertezas… e momentos em que a vida simplesmente tem que seguir em frente.
Uma Garrafa no mar de Gaza, fala sobre um conflito em que estamos tão acostumados a ver no noticiário, que raramente paramos para analisar como deve ser vida das pessoas lá.
E paramos ainda menos, para pensar em como os jovens e as crianças vivem lá.
Pequenos indivíduos que nasceram ou mudaram para lá pela força de outra pessoa, e foram ‘lançados’ dentro da rede de ódio e briga que dura há muitos anos.
Por isso o filme é um soco no estômago para muitos. Faz a gente abrir o mente.
Olha! Tem gente morrendo lá, e nós não podemos fazer nada.
Assim como essas pessoas que são jovens participam de uma guerra que elas não começaram e talvez nem gostassem que continuassem.
Tal (Agathe Bonitzer) tem 17 anos, é francesa, judia e vive em Jerusalém. Naim (Mahmud Shalaby) tem 20, é palestino e vive em Gaza. Uma carta em uma garrafa jogada ao mar os aproxima do mundo distante um do outro.
Tal tenta viver a vida de uma adolescente normal, mas o conflito da sua região lhe motiva a viver uma vida mais regrada, controlada, com medo do que pode lhe vir a acontecer.
Quando ela começa a trocar mensagens com Naim parece que tudo começa a fazer sentido, mas não faz.
Em um momento do filme, Tal diz: “Achei que você me traria repostas, mas me trouxe mais perguntas”
A vida de Naim é mais sacrificada, mas nem por isso é errada ou mais feia do que a de Tal. Ele não tem vergonha da sua cultura e da sua origem, muito pelo contrário. Porém, como qualquer pessoa, ele quer ver mais, quer conhecer o mundo que tem lá fora, além dos muros que sempre delimitaram a sua vida.
De certa forma, um é um apoio para o outro, mesmo com a distância, mesmo com a separação religiosa.
O filme não quer mostrar quem está certo ou quem está errado, ele só quer mostrar o que é a vida para dois jovens que nasceram dentro de um conflito imposto pelas suas religiões.
Nesse momento, percebemos que a muralha erguida separando os dois mundo, é mais do que o concreto do muro, é o sentimento levantado durante anos e anos de lutas.
O final é maravilhoso, e você termina encantada com o que acabou de ver.
Um filme que lhe faz pensar, mas um filme que lhe emociona e lhe deixa com esperança de um mundo melhor.
Um mundo, em que as pessoas desses opostos tão fortes, possam se relacionar.
Tem o livro que inspirou o filme, lançado pela Editora Seguinte, selo jovem da Companhia das Letras, e como o livro é sempre melhor que o filme, estou com a expectativa lá em cima.
Mas enquanto não leio o livro, curto o filme, que pode ser resumido em uma palavra: Obrigatório!
Próxima Sessão: Oscar 2013 – Indicados e quem merece ganhar
Acredita que eu ainda nao tinha lido review para esse filme? Tinha uma ligeira idéia sobre o que era, mas só me encantei mesmo depois de ler sua resenha!
ResponderExcluirAcho que vou baixar ele agora mesmo para ver durante o fim de semana! hehehhe
Beeeijos,
Amanda!
É um filme muito lindo, e a estória é realmente muito boa. Ainda msi você que é seuper ligada em notícias e já viajou bastante, vai ter uma visão ainda mais abrangente do que o filme trata.
ExcluirBeijos e Obrigada pela visita.